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Detrans de mais de 20 estados vão propor mudanças
na legislação brasileira para quem dirige motos. A iniciativa foi apresentada
em um congresso internacional que reúne experiência de sucesso no combate às
mortes no trânsito.
Cenas fortes que simulam com realismo acidentes
fatais. Assim são as campanhas de trânsito na Austrália. Uma das idealizadoras
do projeto diz: “Os australianos não pareciam preocupados com os acidentes. Por
isso, foi preciso chocar.”
Em 20 anos, o número de mortes caiu 70%. A Espanha
conseguiu reduzir esse número em 60%. Um dos caminhos foi agilizar a Justiça.
Sentenças de crimes de trânsito passaram a ser dadas em apenas um dia. A meta é
acabar com a impunidade, explica a especialista.
No congresso que reuniu cinco países, o Brasil
também apresentou projetos polêmicos. Em agosto, Detrans de 24 estados vão
entregar ao Congresso nacional sugestões de mudanças para quem anda de moto.
Entre elas, aulas práticas em vias públicas, como uma que acontece na Espanha:
lá, o aluno usa um fone de ouvido e recebe orientações do instrutor que vai
atrás, de carro.
Outra proposta poderá mudar totalmente o jeito que
os motociclistas se movimentam nas ruas. A ideia é proibir a circulação das
motos nos corredores entre os veículos. O motoqueiro só vai poder usar o espaço
com o trânsito parado.
A moto que surge de repente, tirando fininhos dos
carros entre as faixas, é uma das maiores reclamações dos motoristas.
“Muitas vezes o pessoal passa do lado, passa em
cima. Eles vêm com muita velocidade, buzinando muitas vezes”, diz um motorista.
Os motoboys dizem que a medida pode até acabar com
a profissão.
“A única agilidade que a moto tem é transitar no
meio dos carros. Vai perder totalmente a agilidade”, avalia um motoboy.
“Vai diminuir o serviço, porque vai demorar mais
para gente entregar”, acrescenta outra.
Mas para o diretor-presidente do Detran do Rio
Grande do Sul, Alessandro Barcellos, é hora de reavaliar a necessidade de tanta
pressa. O último levantamento do Ministério da Saúde mostra que quase 11 mil
motociclistas morreram em um ano.
“Nós não podemos aceitar que esta vantagem tenha o
preço de uma vida. Portanto, nós acreditamos que é importante este balanço
entre a vantagem de ser ter um produto na sua casa, um serviço, e de termos uma
vida poupada no trânsito”, comenta.
Fonte: Jornal Nacional
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