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Levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde sobre
internações hospitalares e gastos com tratamento mostram que o Brasil enfrenta
“uma epidemia” de acidentes de trânsito, segundo a coordenadora da Área Técnica
de Vigilâncias e Acidentes da pasta, Marta Maria Alves da Silva. Em 2011, foram
internadas em hospitais da rede pública 153.565 vítimas de acidentes de
trânsito, o que gerou um gasto de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
A agravante é que, do total das internações,
praticamente a metade – 48% – envolveu motociclistas. “Isso caracteriza uma
situação epidêmica, e as causas mais comuns são: direção perigosa e condução
das motos por pessoas alcoolizadas”, destacou Marta Alves, ao participar nessa
quinta-feira (13) do seminário Políticas para o Trânsito Seguro de Motos,
promovido pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
A técnica disse que o governo como um todo e não
apenas o Ministério da Saúde tem desenvolvido uma série de ações para reduzir
os números de acidentes no trânsito. Os investimentos são destinados
principalmente à reestruturação dos centros de saúde e hospitais do Sistema
Único de Saúde (SUS), além da preparação dos profissionais de saúde.
O problema, segundo Marta Alves, é que apesar dos
investimentos feitos as estatísticas demonstram crescimento no número de
acidentes e principalmente de óbitos ano a ano. “É preciso inverter essa
tendência com investimentos maciços em prevenção, especialmente para
conscientizar sobre o perigo do excesso de velocidade e de dirigir
alcoolizado”, frisou a técnica. Segundo ela, 30% dos leitos dos
prontos-socorros são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito, e 25% dos
condutores que dão entrada nos hospitais morrem.
Os dados da Associação Brasileira de Medicina no
Tráfego (Abramet) corroboram os levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde.
O presidente da entidade, Dirceu Rodrigues Alves Júnior, ressaltou que a cada
dez leitos ocupados nas unidades de terapia intensiva (UTIs), quatro são por
acidente de trânsito, especialmente condutores de motos.
“O que acontece, não temos lugar para internar na
UTI pessoas vítimas de outras ocorrências, como infarto e doenças crônicas. O
que fazemos é transferi-los para enfermarias”, disse o presidente da Abramet.
Para ele, o problema só vai ser revertido com a melhoria dos serviços de
qualificação dos motoristas, especialmente motociclistas. Dirceu Rodrigues
destacou que os cursos oferecidos hoje são “pobres” e, na maioria deles, não
têm profissionais capacitados para preparar o cidadão que adquire um veículo de
duas ou quatro rodas.
O presidente da Associação Brasileira de
Motociclistas (Abram), Lucas Pimentel, defendeu o melhor preparo dos centros de
formação de condutores – autoescolas – com prioridade na direção defensiva. Ele
ressaltou que existem recursos específicos para o Estado desenvolver programas
de educação no trânsito. “Infelizmente o que vemos todos os anos são esses
recursos contingenciados pelo governo e, na realidade, não chegam às escolas.”
Fonte: Bem Paraná
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