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Bem mais do que a simples necessidade de locomoção, a aquisição de veículos, cada vez mais, é usada como meio de manter status. A especialista em trânsito Elaine Sizilo tece comentários sobre o assunto no texto abaixo:
Assistindo ao programa Café Filosófico da TV Cultura no último domingo à noite (25/03), tive o prazer de ver a brilhante palestra de Ricardo Guimarães com o seguinte tema: Dizer não ao consumo predatório – é possível? Inevitavelmente o tema me fez pensar no número descontrolado, incompatível e cada vez maior de veículos nas ruas brasileiras.
Seguindo o pensamento do próprio palestrante que usou o assunto como um dos seus exemplos, o “carro” próprio (ou ampliando para a realidade atual: os veículos automotores particulares) não tem mais a conotação almejada por Henry Ford de torná-lo unicamente um meio de locomoção mais ágil, que fosse acessível a qualquer pessoa. Apesar do marco que a Era Fordista foi para o mercado industrial, o que vale hoje na área automobilística é a tendência iniciada na época pela GM de que as pessoas querem (e sentem que precisam) mostrar mais sobre quem são através do próprio carro. Contando com isso, o marketing das grandes montadoras nos apresentam diariamente centenas de opções e combinações para que você possa ter um carro “com a sua cara”.
O desejo criado culturalmente de deixar aparente a própria personalidade, condição financeira ou posição profissional, extrapola agora o estilo de se vestir ou a forma de decorar a própria casa e se materializa na aquisição de um veículo automotor. Situação que só com essas justificativas já seria mais que atraente, se torna quase irresistível quando é aliada a facilidades econômicas de compra (como é o caso atualmente).
O resultado disso tudo? Todos nós presenciamos diariamente: ruas cada vez mais cheias de carros (parados), com condutores comprometendo mais da metade do seu orçamento com o veículo, para aparentar (na maioria das vezes) o que não são.
Fonte: Blog do Trânsito
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