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No trânsito, razão e emoção andam juntas, embora o ideal é que sempre prevaleça a razão. Um exemplo muito simples: acontece um acidente em que você não está envolvido; o condutor de um dos veículos ficou ferido com gravidade estando imóvel e com sangue em sua face recostada no volante do veículo. A colisão foi frontal numa rodovia, por causa de uma ultrapassagem imprudente. O outro condutor, embora não ferido, estava num estado deplorável.
Ao ver a colisão você parou no acostamento e foi imediatamente atender o ferido, cujo carro ficou atravessado, sendo que uma terça parte deste veículo ocupava parte da faixa desta rodovia de duplo sentido. Ao atender o ferido, um caminhão passou sem reduzir a velocidade e por pouco não ocorre outro acidente, por causa do primeiro.
A primeira medida que a razão manda fazer é sinalizar o local com galhos e com o triângulo, de forma que outro acidente não ocorra. Por que o local não foi sinalizado? Porque a situação foi dominada pela emoção em atender o ferido. Sem sinalização, quase outro acidente acontece.
Vamos então abordar dois sentimentos que fazem mal à segurança do trânsito:
a PRESSA é a mãe das imperfeição. A pressa é maléfica em qualquer situação. A pressa ocorre quando há um horário marcado e o condutor não saiu de casa em tempo adequado para um deslocamento normal e tranquilo. Ele quer chegar no horário, mas o horário já está chegando. Bate a ansiedade e a pressa. Parece que nada dá certo: os semáforos demoram-se mais no vermelho. Condutores na sua frente querem fazer a conversão à esquerda ou à direita mais vezes. Até o ônibus parece ficar mais tempo parado para embarcar e desembarcar passageiros.
Vem a aflição e a tentativa de passar de qualquer forma, mas não tem jeito. Há também a pressa pela necessidade de conduzir alguém que teve um mal súbito para o atendimento emergencial hospitalar. Justifica? Sim. Mas com cuidado e os piscas ligados. Até mesmo os veículos de emergência oficiais, os bombeiros e as ambulâncias são orientados para fazer o deslocamento utilizando a pressa cautelosa.
Outro tipo de pressa, esta para não fazer nada, acontece quando o sentimento do ser humano é tomado pela emoção da velocidade. Sempre enganosa e traidora. Injustificável, pois é mortal. Assim sendo fica a certeza de que a pressa é maléfica ao trânsito.
A RAIVA é um sentimento de protesto, insegurança, timidez ou frustração contra alguém ou alguma coisa, quando o ego sente-se ferido ou ameaçado. A intensidade da raiva ou a sua ausência difere de pessoa para pessoa.
O desenvolvimento moral e psicológico do indivíduo é fator determinante nas maneiras como a raiva é expressada. A raiva pode ser um sentimento passageiro ou prolongado. É a expressão da irritabilidade e da agressão humana. As consequências da raiva são o ódio, a violência verbal e a violência física. O comportamento agressivo se dá quando o indivíduo assume uma postura contínua de mau humor e raiva. Pode ter suas origens em pequenas frustrações que no decorrer da vida se acumularam e que não foram superadas e nem tratadas. Quando ele percebe, já está xingando. São pessoas para as quais faltou o diálogo compreensível, o perdão ao próximo e a si mesmo. Acabam levando este sentimento para o ato de dirigir.
A raiva é maléfica ao ato de dirigir. Quem tem o pavio curto e não consegue controlá-lo encontra no trânsito um ambiente bastante propício para expressar a raiva, pois tudo de errado que ele observa que os outros fazem, ele toma contra si. “Viu, aquele…furou o sinal, que babaca”. Para em fila dupla só pra sacanear… ” Oh seu nó cego “. O da frente demora-se para arrancar no sinal verde…” Tá dormindo”. Para na frente da vaga, coloca a ré e começa a estacionar… “Mas que anta”. E assim por diante… Há possibilidade de vencer a raiva, desde que com a ajuda adequada. Faça isto e verá que as coisas melhoram, principalmente para você mesmo.
Por: Cel. Luiz Eduardo Hunzicker
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